Segundo a nutróloga e endocrinologista, há pessoas que sofrem de "sugar craving" (compulsão por açúcar) e apresentam um déficit de serotonina. "Essa falta de serotonina, indispensável às células cerebrais, impede a sensação de calma e estabilidade de humor. O tratamento é feito através de um medicamento que eleva o nível de serotonina no cérebro, dando uma sensação de saciedade. Médicos lembram que os "ataques" dos chocólatras costumam ocorrer à noite, quando são comuns as crises depressivas. Nove em cada dez mulheres não resistem a um doce -- não é à toa que o açúcar se transformou no grande vilão da balança. Os hormônios têm as sua parcela de culpa nessa história. Nos dias que antecedem a menstruação, quando os níveis de progesterona estão em alta, pode pintar uma certa carência e até garotas disciplinadas se rendem aos encantos das sobremesas. E funciona porque o açúcar aumenta a taxa de serotonina, substância que promove o bem-estar. O carboidrato também tem esse efeito, mas um docinho é sempre um prazer maior na hora de espantar a tristeza. Em quadros depressivos e de ansiedade ocorrem alterações do apetite: deixa-se de comer ou se tem à compulsão por doces. Aí a saciedade atuaria como compensação de frustrações ou perdas. A compulsão por doces é fisiológica, mas termina sendo emocional, pois as pessoas que tem 'sugar craving' sempre encontrarão "um conforto" nos doces para melhorar sua parte emocional, que poderá estar abalada."
INULINA: gostosa, natural e saudável
Pesquisas realizadas nas últimas décadas foram descobrindo aos poucos as propriedades e benefícios de um tipo de açúcar encontrado na natureza, mais especificamente no alho, trigo, cebola, aspargo e na raiz de tubérculos (como chicória e Yacon). Trata-se de um oligossacarídeo (a associação de uma molécula de glicose com um grupo de moléculas de frutose (de duas até mais de 100 delas), denominado de inulina e cuja principal característica é não ser digerido pelo estômago, caindo diretamente no intestino. De acordo com o engenheiro de alimentos Kil Jin Park, coordenador da Engenharia Agrícola da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que encabeça estudos para a extração da inulina da raiz da chicória e para a viabilização da produção desse açúcar em grande escala, o fato de a inulina não ser absorvida pelo organismo a torna a opção mais saudável atualmente para adoçar a alimentação. "Indo direto para a região intestinal, a glicose não se acumula na corrente sangüínea, evitando o excesso e o acúmulo de insulina e gordura. Como não é digerida, ela age ainda como as fibras, favorecendo a formação do bolo alimentar e facilitando a digestão das refeições. Além disso, se encaixa na categoria dos prebióticos, pois serve de alimento às bactérias benéficas encontradas na flora intestinal", explica. Kil Jin revela ainda que seus estudos em parceria com o Centro de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) da Unicamp e o CTAA Embrapa do Rio de Janeiro resultaram em duas patentes para a exploração comercial da inulina. Os amantes dos doces só precisam aguardar o interesse dos empresários.