Um universo de micro-organismos vive no interior da sua barriga. Reconhecida como um órgão acessório do corpo humano, essa comunidade é considerada fundamental para entender, prevenir e atacar infecções, doenças nervosas, tumores e até o excesso de peso
DIOGO SPONCHIATO
Já cansou de frases do tipo "Você é o que você come" ou "Você é o que você pensa"? Então, que tal esta: "Sua saúde é reflexo das bactérias que moram no seu intestino". A sentença foi exagerada de propósito para você começar a cultivar a ideia de que os trilhões de micróbios alojados dentro do seu ventre influenciam, a exemplo da dieta e do estado mental, tanto o bem-estar como o risco de problemas não restritos ao aparelho digestivo — até mesmo no cérebro.
O gastroenterologista Thomas Borody investiga em New South Wales, na Austrália, o elo entre a microbiota, o nome científico da flora, e a doença de Parkinson. Após dar antibióticos a portadores do problema que também tinham constipação de fundo infeccioso, ele notou que, além da prisão de ventre, os tremores foram atenuados. "Há uma hipótese de que um micróbio patogênico no intestino possa estar por trás do mal", diz. No caso, ele migraria pelos nervos até a massa cinzenta. "Pessoas com Parkinson costumam sofrer de constipação, mas a relação da doença com a flora ainda não foi comprovada", ressalva a neurologista Vanderci Borges, da Academia Brasileira de Neurologia. De qualquer forma, é esperar para ver.
Na casa dos trilhões
Os números nos dão ideia do tamanho e do impacto da flora no organismo
2 quilos - Chega a essa marca a fração do nosso peso que corresponde à carga da microbiota intestinal
10 vezes mais - Existem 100 trilhões de micróbios abrigados no intestino, número que supera os 10 trilhões de células do corpo humano
200 espécies - Cada um de nós aloja entre 100 e 200 espécies de bactérias intestinais, mas existem até mil tipos que podem habitar o intestino humano
Entre 1 milhão e 10 milhões - É o número de bactérias presentes em 1 mililitro de um material colhido no intestino grosso, pedaço mais colonizado do aparelho digestivo
50% Do conteúdo das nossas fezes é composto apenas de bactérias
4 voltas - Se enfileirássemos todas essas microscópicas criaturas, seria provável que elas conseguissem dar quatro voltas no planeta
O gastroenterologista Thomas Borody investiga em New South Wales, na Austrália, o elo entre a microbiota, o nome científico da flora, e a doença de Parkinson. Após dar antibióticos a portadores do problema que também tinham constipação de fundo infeccioso, ele notou que, além da prisão de ventre, os tremores foram atenuados. "Há uma hipótese de que um micróbio patogênico no intestino possa estar por trás do mal", diz. No caso, ele migraria pelos nervos até a massa cinzenta. "Pessoas com Parkinson costumam sofrer de constipação, mas a relação da doença com a flora ainda não foi comprovada", ressalva a neurologista Vanderci Borges, da Academia Brasileira de Neurologia. De qualquer forma, é esperar para ver.
Na casa dos trilhões
Os números nos dão ideia do tamanho e do impacto da flora no organismo
2 quilos - Chega a essa marca a fração do nosso peso que corresponde à carga da microbiota intestinal
10 vezes mais - Existem 100 trilhões de micróbios abrigados no intestino, número que supera os 10 trilhões de células do corpo humano
200 espécies - Cada um de nós aloja entre 100 e 200 espécies de bactérias intestinais, mas existem até mil tipos que podem habitar o intestino humano
Entre 1 milhão e 10 milhões - É o número de bactérias presentes em 1 mililitro de um material colhido no intestino grosso, pedaço mais colonizado do aparelho digestivo
50% Do conteúdo das nossas fezes é composto apenas de bactérias
4 voltas - Se enfileirássemos todas essas microscópicas criaturas, seria provável que elas conseguissem dar quatro voltas no planeta