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sábado, 30 de abril de 2011

Conheça as diferenças entre formas de produção de alimentos



Sistema de produção
Características
Convencional
Hidropônico
Orgânico
Preparo Solo
Intenso revolvimento do solo
Utiliza apenas água (planta não tem contato com o solo)
Pouco revolvimento do solo (solo como um organismo vivo)
Adubação
Uso de adubos químicos altamente solúveis
Uso de adubos químicos altamente solúveis
Uso de adubos orgânicos
Controle de pragas e doenças
Uso de produtos químicos (inseticidas e fungicidas)
Uso de produtos químicos (inseticidas e fungicidas)
A base de medidas preventivas e produtos naturais
Controle do mato
O mato é considerado uma erva daninha. Uso de herbicidas, controle mecânico ou manual
Não existe o problema, pois o ambiente é controlado (estufas plásticas)
O mato é considerado um amigo. O controle é preventivo, mecânico e manual
Teor de nitrato na planta*
Médio
Alto
Baixo
Sintomas ao meio ambiente
Poluição das águas e degradação do solo
Poluição das águas (elementos químicos residuais)
Preservação do solo e das fontes de água
*Teores elevados de nitrato são potencialmente cancerígenos. Pesquisa do Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR (MIYAZAWA et.al., 2001)

Saiba mais sobre orgânicos

  • o mercado de alimentos orgânicos é um dos que mais cresce em nível mundial, em torno de 10 a 20% ao ano, comparando-se ao crescimento da indústria da informática;
  • a maioria dos governos da Europa, já divulgou sua intenção de converter até o ano de 2005, entre 10 e 20% da área agrícola em orgânica;
  • o Brasil é um dos países onde mais cresce a produção orgânica no mundo, cerca de 30 a 50% ao ano;
  • no Brasil são produzidos mais de 30 tipos de produtos orgânicos, sendo que os principais estados e produtos são: · Paraná (Hortaliças, Soja, açúcar mascavo e erva-mate); · São Paulo (Suco de laranja, açúcar, frutas secas, hortaliças); · Minas Gerais (Café); · Bahia (Cacau); · Nordeste (Castanha de caju e frutas tropicais); · Pará (Óleo de palma e palmito); · Amazonas (Guaraná); · Mato Grosso (Carne bovina, soja) · Rio Grande do Sul e Santa Catarina (Hortifrutigranjeiros)
  • a maior parte da produção orgânica brasileira (85%) é exportada, ficando apenas 15% para o mercado interno;
  • as regiões metropolitanas são potencialmente grandes consumidoras de alimentos orgânicos. A demanda por produtos orgânicos chega a ser 30-35 % superior a oferta na região metropolitana de Curitiba;
  • a maior parte da produção orgânica (70%) é proveniente de pequenas propriedades familiares; 

Por que consumir orgânicos?

Afinal qual é a razão que tem levado mais e mais consumidores a aderirem ao consumo de produtos orgânicos? Pesquisas realizadas em várias partes do mundo apontam para três motivos:
1. a preocupação com a saúde;
2. a vontade de participar na proteção do meio ambiente
3. a busca de sabor e frescor nos alimentos consumidos

Agricultura orgânica: respeito à natureza

A agricultura orgânica procura um equilíbrio para chegar o mais próximo possível do que acontece na natureza. As práticas utilizadas nas propriedades orgânicas apontam para um convívio inteligente com a natureza:
  • Respeito ao ciclo das estações do ano e as características da região;
  • Solo tratado como um organismo vivo;
  • Proteção e diversificação da fauna e da flora;
  • Colheita de vegetais na época de maturação, sem processos de indução artificial;
  • Rotação e consorciação de culturas; · Uso de adubos orgânicos e reciclagem de materiais na propriedade;
  • Tratamentos naturais contra pragas e doenças dos vegetais;
  • Plantas invasoras manejadas sem herbicidas;
  • Acesso dos animais a piquetes abertos;
  • Alimentação orgânica e uso de práticas terapêuticas para os animais;

sexta-feira, 29 de abril de 2011

A sustentabilidade do sistema de Agricultura Orgânica:


O objetivo do presente estudo foi fazer um estudo do sistema de agricultura orgânica sob diferentes dimensões da sustentabilidade, avaliando aspectos socioculturais, técnico-agronômicos, econômicos, ecológicos e político-institucionais. Para tanto, foram coletados dados em 57 propriedades, que trabalham com o sistema de agricultura orgânica, pertencentes a 12 municípios da região metropolitana de Curitiba (RMC).
A pesquisa mostrou que cerca de 56% da região metropolitana de Curitiba faz parte de alguma forma de proteção ambiental. Todavia, o estudo da agricultura na RMC mostrou que o sistema de produção convencional, que vem sendo praticado atualmente, tem causado sérios problemas sociais, econômicos e, principalmente, ecológicos à região. A zona agrícola da parte sul da RMC é a mais produtiva e, também, a mais degradada. A dinâmica observada nesta microrregião indicou que os atuais sistemas produtivos estão desequilibrados. O sobreuso da terra, principalmente por culturas como a batata, tem acelerado o processo de degradação dos recursos naturais. Além disso, o manejo inadequado destes recursos tem facilitado o processo erosivo, causado contaminação ambiental (rios e mananciais) e desencadeado uma perturbação do equilíbrio ecológico. A conseqüência deste processo, tem sido a queda de produtividade, a menor disponibilidade de água, a menor capacidade de suportar períodos de seca e a queda da fertilidade natural destes solos.
Em relação à zona agrícola dos mananciais, considerada área de interesse e proteção ambiental, seria indicado que todas as práticas agrícolas realizadas nesta área seguissem uma forma de produção que não interferisse no meio natural. Porém, atualmente além de contaminação causada por dejetos urbanos, temos ainda a contaminação por agrotóxicos das duas bacias hidrográficas (Ribeira e Iguaçu) que banham a região metropolitana de Curitiba.

O crescimento do mercado orgânico

O estudo apontou que o mercado orgânico paranaense tem boas perspectivas de crescimento para o futuro. Da última safra para a atual o volume de vendas praticamente dobrou, devendo atingir um montante em torno de 30 milhões de reais para a safra 1999/2000. O Paraná é, atualmente, o estado do país com o maior número de produtores orgânicos certificados, passou de 1200 produtores na safra 98/99 para cerca de 2400 na safra 99/00, o que representa cerca de metade dos produtores certificados do país (Tabela 1).
TABELA 1 - NÚMERO DE PRODUTORES ORGÂNICOS CERTIFICADOS NO BRASIL
Estado da Federação
Número de produtores Certificados
Paraná
2.400*
Rio grande do sul
800
São paulo
800
Rio de janeiro
120
Espírito santo
100
Santa catarina
100
Distrito federal
50
Outros
130
Total
4.500*
FONTE: DAROLT (2000) * Estimativa safra 1999/2000. NOTA: Elaborado a partir de dados de HAMERSCHIMIDT/EMATER-PR
(Informação Pessoal, 2000); e outras entidades como IBD; COOLMEIA; AAO ; ANC; ABIO e MOA.
Os principais produtos exportados pelo Paraná são a soja, o açúcar mascavo e a erva-mate. No mercado interno as hortaliças têm importância significativa. Apesar de estimativas realizadas, ainda não existe uma base de dados bem estruturada sobre o estado da arte da agricultura orgânica paranaense.
Estima-se que, atualmente, a área certificada no Brasil esteja próxima de 100 mil hectares. Os dados mais recentes sobre o setor no país mostram que o crescimento do mercado orgânico - que vinha aumentando, no início da década de 1990, cerca de 10% ao ano - chegou próximo a 50% ao ano nos últimos três anos. Portanto, superior aos países da União Européia e Estados Unidos, onde o mercado cresce em média 20 % a 30% ao ano. As últimas estimativas indicam que as exportações brasileiras já atingem cerca de U$ 100 milhões anuais, sendo 80% dos produtos originários de médios produtores, 10 % de pequenos e 10% de grandes produtores rurais.
Na região metropolitana de Curitiba, atualmente, apenas 0,3% do número total de agricultores da região são orgânicos, apesar disso, esse número tende a aumentar rapidamente. Algumas vantagens comparativas e competitivas podem favorecer a implantação e desenvolvimento da agricultura orgânica nas regiões metropolitanas, como é o caso de Curitiba. Entre elas, podemos destacar a necessidade de preservação de áreas de mananciais e de proteção ambiental, não indicadas para uma agricultura de altos insumos; as condições geográficas dos municípios, que estão estrategicamente situados em relação à capital; a infra-estrutura com boas redes de comunicação e transportes, o que favorece o abastecimento e a rápida comercialização; a organização associativa dos agricultores; e, finalmente, a proximidade do centro consumidor, onde a demanda em ascensão supera a oferta de produtos orgânicos.

O difícil processo de comercialização

Apesar de existir uma demanda crescente por alimentos orgânicos, a pesquisa mostrou que o processo de comercialização ainda é bastante complexo, sendo considerado como um dos principais entraves junto com a falta de recursos dos produtores. Podemos destacar a falta de treinamento na área gerencial, a dificuldade de organização dos grupos de agricultores, a falta de estrutura para lidar com o clima e o desconhecimento técnico-agronômico, como pontos principais a serem equacionados no intuito de se atingir um bom planejamento de produção.
Além disso, observamos que a falta de organização dos circuitos comerciais tem gerado descontentamento dos agricultores, associações, distribuidores e consumidores. Constatamos que, no caminho da comercialização orgânica, o agricultor ainda é o mais prejudicado em termos de retorno econômico. Atualmente, do valor total (100%) deixado no caixa pelo consumidor, em média 30% são destinados ao agricultor, 33 % são para cobrir os custos dos intermediários com embalagem, transporte e pessoal, e o restante (37%) corresponde à margem dos supermercados. Fica claro, portanto, a necessidade não apenas de uma produção, mas também de uma comercialização sustentável. O agricultor necessita receber uma remuneração mais justa pelo seu trabalho que lhe permita, da mesma forma que o consumidor, melhorar a sua qualidade de vida.
O preço dos produtos orgânicos tem sido um dos entraves à expansão do mercado. O aumento relativo dos preços dos alimentos orgânicos está relacionado a um conjunto de fatores. O mais geral é a baixa escala de produção orgânica, o que implica maiores custos (mão-de-obra; insumos) por unidade de produto. Em seguida, há uma desorganização do sistema de produção (falta de planejamento) e do processo de comercialização. Depois, existem maiores riscos e necessidade de experimentação do agricultor, em função da falta de pesquisa. Podemos citar também a redução da eficiência produtiva por produto, em função da necessidade de diversificação da unidade de produção, e, finalmente, os preços são maiores devido à embalagem (utilizada para diferenciação em supermercados) que pode encarecer o produto em cerca de R$ 0,15/unidade. No futuro, os preços - que atualmente estão em média entre 30 e 100% maiores que os similares convencionais - devem diminuir, o que seria importante para que todas as classes sociais pudessem ter acesso à produtos "limpos", pois a eqüidade é uma característica fundamental quando pensamos na sustentabilidade.

A resposta da agricultura orgânica

As informações da dimensão sociocultural mostraram que a maioria dos agricultores orgânicos da RMC possui a propriedade da terra, tem desejo de continuar na atividade agrícola por intermédio de seus filhos, formam uma base familiar na grande maioria dos casos e tem um bom nível de escolaridade.
Em relação a dimensão técnico-agronômica, os agricultores apontaram a falta de experiência e informação técnica como o maior problema. Em seguida citaram o problema de não haver sementes orgânicas, falta de equipamentos adaptados para facilitar o trabalho e dificuldade no planejamento de produção. Os problemas com a dimensão técnico-agronômica no seu conjunto se refletem na dificuldade de manter a regularidade, quantidade, qualidade e diversidade de produção. Alguns produtos como a alface, tomate, batata e cebola são consumidos durante o ano todo de forma similar. Os problemas para a agricultura orgânica começam com as dificuldades de atender a demanda fora de época. Além disso, a necessidade de diversificação do sistema e de rotação de culturas impõe à produção orgânica uma certa irregularidade. Sendo assim, os produtos orgânicos enfrentam maiores dificuldades num mercado acostumado com uma constância de produção. Neste caso, duas saídas seriam possíveis, uma envolvendo o agricultor e outra o consumidor. No caso do agricultor, o ideal seria reforçar a organização e melhorar o planejamento de produção dos grupos locais de acordo com a aptidão agrícola de cada microrregião. No caso do consumidor, a melhor opção seria conscientizá-lo e estimulá-lo a comprar o produto da época que, na verdade, seria a opção mais adequada aos princípios da sustentabilidade por oferecer um produto adaptado às condições regionais.
É voz corrente que a agricultura orgânica é menos eficiente em termos de produtividade do que o sistema convencional. Entretanto, os resultados desta pesquisa mostraram que os agricultores orgânicos não estão preocupados com a produtividade em si, mas com o rendimento do sistema no seu conjunto. Por isso, uma produção por área menor do que o sistema convencional não significa um menor desempenho global da unidade de produção. A menor produtividade acontece no período de conversão para algumas culturas, em que o manejo de pragas, doenças e invasoras é mais difícil, como observamos com os agricultores em transição, havendo uma tendência de equilíbrio ecológico e crescimento da produtividade orgânica com o passar dos anos.
A dimensão econômica mostrou que, da amostra total pesquisada, cerca de 20% das unidades correm o risco de abandonar a atividade agrícola no curto prazo, caso não haja estratégias de apoio financeiro. De qualquer forma, a grande maioria tem boas chances de crescimento. Cerca de 49% das unidades pesquisadas estão na fase de crescimento econômico e 31% estão numa fase de transição, com perspectivas de crescimento. Em relação aos tipos, a situação mais crítica se encontra nas unidades dos agricultores que atravessam o período de conversão. Por isso, reforçamos que este é o grupo que deveria ter prioridade quanto ao apoio financeiro e incentivo para que as pessoas permaneçam na unidade, até que a fase de conversão termine e haja condições de o agricultor comercializar sua produção como orgânica.
Em relação à dimensão ecológica, a principal preocupação dos agricultores foi com a questão da água, seguida da utilização indiscriminada de agrotóxicos. Quando analisamos os aspectos ecológicos internos do sistema, percebemos que, apesar de as unidades serem diversificadas, existe uma deficiência generalizada na integração das atividades. Isso significa que não está havendo um aproveitamento adequado e trocas entre as atividades de lavoura, pecuária e floresta. Diante disso, a dependência por recursos externos é maior, o que dificulta o equilíbrio dos fatores econômicos em função do aumento de custo com insumos. As unidades que apresentam maior dificuldade no processo de conversão são aquelas que apresentam os recursos naturais mais degradados, pouca diversificação e falta de integração das atividades. Portanto, é preciso mais pesquisas sistêmicas que considerem a unidade de produção como um todo.
O estudo da dimensão político-institucional mostrou que ainda não existem, ou são muito recentes, as políticas públicas voltadas para a produção orgânica. De certa forma, isto é o resultado da própria formação agrícola, que sempre foi convencional, e das políticas agrícolas, que não privilegiam os benefícios ambientais e energéticos da agricultura orgânica. O reflexo disso pode ser observado nas instituições de pesquisa, ensino e extensão, que ainda têm dedicado poucos recursos financeiros e material humano para o desenvolvimento da produção orgânica. O que acontece é que as políticas agrícolas atuais têm contribuído para o desequilíbrio dos sistemas agrícolas, além de aumentar a dependência dos agricultores.
Algumas medidas de incentivo, como a criação de formas de crédito alternativas, poderiam beneficiar o agricultor orgânico. Isso pode ser realizado mediante algum incentivo fiscal ou outras formas de benefícios que, em última análise, seriam um prêmio para o agricultor que se dispõe a produzir conservando o meio ambiente e oferecendo produtos mais saudáveis à população.

A motivação dos agricultores para mudança

A pesquisa mostrou que, basicamente, dois fatores motivaram os agricultores no momento de decidir pela produção orgânica: a saúde pessoal e da família e a questão econômica. No que diz respeito às questões de saúde, 68,4 % dos agricultores tiveram algum problema, normalmente, por contaminação de agrotóxicos. A necessidade de novas opções econômicas, é um dos motivos que tem levado cerca de 66% dos agricultores a mudarem para a produção orgânica. Sob o ponto de vista de oportunidade de mercado, não restam dúvidas que os alimentos orgânicos se constituem numa opção promissora. Entretanto, no que tange ao comprometimento com a produção orgânica, pode-se dizer que essa é uma questão de posicionamento ideológico. A esse respeito, cerca de 35 % dos agricultores mudaram por convicção ideológica. Esses são os agricultores mais comprometidos com a filosofia orgânica.
Quando solicitamos para que os agricultores avaliassem todas as dimensões simultaneamente, notamos que os entraves principais relacionaram-se em ordem decrescente à falta de um crédito específico para a agricultura orgânica, às dificuldades para a comercialização da produção e, por último, à falta de experiência e informações técnicas, que por sua vez estão relacionadas à falta de pesquisa. Portanto, podemos afirmar que as principais questões que preocupam os agricultores são de caráter externo à unidade de produção e estão relacionadas às dimensões política e econômica, que não dependem diretamente dos agricultores.
Em relação aos potenciais da agricultura orgânica, na percepção dos agricultores o principal ponto favorável é a possibilidade de melhoria da qualidade de vida dos agricultores e consumidores, sobretudo em relação à saúde. Em seguida, foi citada a redução no uso de agrotóxicos e, em terceiro lugar, a questão de ser um nicho de mercado. Ainda foram apontados a questão ambiental e o fortalecimento da agricultura familiar.

O perfil do consumidor orgânico

No tocante ao consumidor, a pesquisa mostrou que existe um potencial latente para envolvimento do mesmo com o problema. O perfil mostra que o consumidor orgânico é normalmente um profissional liberal, na maioria do sexo feminino, com idade variando entre 31 e 50 anos. Apresenta nível de instrução elevado tendo em sua maioria cursado o ensino superior. Ademais, a pesquisa indica que são pessoas que têm o hábito de praticar esportes com freqüência e, mesmo morando na cidade, procuram um estilo de vida que privilegie o contato com a natureza.
Em última análise, os dados refletem que o público das feiras orgânicas, tanto em termos de escolaridade quanto de renda, faz parte de um grupo de consumidores mais intelectualizados e de um nível econômico correspondente à classe média. No entanto, ainda há um grupo de consumidores desconhecidos, que é aquele que faz suas compras nas redes de supermercados. Diferentemente do consumidor da feira que é fiel e consciente, nos supermercados ainda é preciso um bom trabalho de marketing para informar e conscientizar o consumidor.
Em suma, os diferentes resultados obtidos na pesquisa confirmam que a agricultura orgânica que vem sendo praticada na RMC pode ser uma alternativa sustentável ao sistema convencional. O estudo mostrou que à medida que a agricultura orgânica vai se consolidando, existe uma tendência de equilíbrio entre as diferentes dimensões da sustentabilidade. Além disso, a conversão da agricultura convencional para a agricultura orgânica, apesar de ser uma etapa delicada nos primeiros dois anos, proporciona com o passar do tempo um impacto favorável ao agricultor, ao consumidor e ao meio ambiente.
Para encerrar, é preciso reforçar que as políticas voltadas para o desenvolvimento da agricultura orgânica não devem ser generalizadas, mas considerar as especificidades de cada grupo de agricultor e as diferentes dimensões (social, técnica, econômica, ecológica e política) dando ênfase aos agricultores que estão na fase de conversão, que apresentam desequilíbrios nas dimensões econômica e técnico-agronômica. Para isso, é importante que os diferentes "nós da rede" envolvidos com a produção orgânica, comecem a conversar. Com isso queremos dizer que os agricultores, transformadores, distribuidores, consumidores, pesquisadores, professores, extensionistas, enfim todos os atores envolvidos, devem formar uma rede de interesses comuns no intuito de valorizar as idéias de cada ator e desenvolver uma filosofia de agricultura orgânica coerente com os preceitos da sustentabilidade.

Referências

DAROLT, M.R. As Dimensões da Sustentabilidade: Um estudo da agricultura orgânica na região metropolitana de Curitiba-PR. Curitiba, 2000. Tese de Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento, Universidade Federal do Paraná/ParisVII. 310 p.